De ti construí a imagem mais bonita
Tela pintada a dedos
Bordado de
ponto-cruz
Corte de veludo
mais fino
Macramê
Mas foi-se o tempo,
veio a ventania
de longe,
tudo trazendo e
levando
Trouxe água pra
lavar minhas mãos
Ferida pra curar os
dedos
Algodão cru pra
apurar a realidade
Desfez-se os nós
que se tinha de saudade
Desfigurando do teu
arquétipo inventado,
esvaziou-se em mim
em poesia
sem imagem
nem porta-retrato
E paraverseando o
grande poeta itabirano
“Amiga,
afinal nos
compreedemos.
Já não sofro, já
não brilhas,
mas somos a mesma
coisa.
(Uma coisa tão
diversa
da que pensava que
fôssemos.)”