Apois, me diga
se pode haver
estado mais patológico
do que o apaixonado ser?
Dá primeiro problema de visão,
escurece toda a vista
que só vê um clarão
nos zói do outro lado.
Segue dos ouvido
que atina aos sons dos pássaros
e das canções mais besta do rádio
se pode haver
estado mais patológico
do que o apaixonado ser?
Dá primeiro problema de visão,
escurece toda a vista
que só vê um clarão
nos zói do outro lado.
Segue dos ouvido
que atina aos sons dos pássaros
e das canções mais besta do rádio
Uma perda parcial da voz
Quando não acompanhada
de pausas e gagueiras
Falta de apetite
por apatia
ou excesso de fome
por ansiedade
Tal qual,
batimentos cardíacos acelerados
dependendo da proximidade
do ser admirado
Um frio na barriga
(Ave Maria)
às vezes acompanhado de calor
Calor...
Nas partes íntimas,
como pode se dizer,
constante quentura e umidade
Pernas se apressam
a passos de corrida,
a noção de tempo e espaço
a noção de tempo e espaço
parece tá desmedida
Ao passo que de perto
parece acelerado,
e quando tá longe
é tudo ao contrário
É devagar...
Ô tempo que não passa...
Parece que nunca chega a noite,
nem clareia o dia
As mão fica buliçosa
Vire e mexe,
aqui e acolá
Entre caneta e papel,
entre mão e corpo
O juízo atrapalhado
ri de besteira,
chora por ausência,
passeia calado
Viaja entre o real e o imaginário,
entre o que não existe
e o que pode ser provável
Mente pra si mesmo
acredita na verdade que disse
e segue...
Apostando a vista
que o amor ampare
o ser adoentado
E melhore os sintomas de atordoamento
e que o tempo trate do resto
De deixar menos difícil os dias
e mais alegre os verso
De ver beleza com toda simplicidade
de cada um que oferece
o seu eu sem a propriedade
de ser latifúndio ou coisa parecida
Mas roça sem cerca
que chega
vai, volta
se assim for desejo comum permitido
Arma acampamento
solidifica a base
Se arma de foice, facão, enxada:
ao plantio
Que há de chover
E ainda na fé
há de colher as frutas mais doces
E as flores mais cheirosas entre os cactos e espinhos
nesse ser (tão) catingueiro.
Ao passo que de perto
parece acelerado,
e quando tá longe
é tudo ao contrário
É devagar...
Ô tempo que não passa...
Parece que nunca chega a noite,
nem clareia o dia
As mão fica buliçosa
Vire e mexe,
aqui e acolá
Entre caneta e papel,
entre mão e corpo
O juízo atrapalhado
ri de besteira,
chora por ausência,
passeia calado
Viaja entre o real e o imaginário,
entre o que não existe
e o que pode ser provável
Mente pra si mesmo
acredita na verdade que disse
e segue...
Apostando a vista
que o amor ampare
o ser adoentado
E melhore os sintomas de atordoamento
e que o tempo trate do resto
De deixar menos difícil os dias
e mais alegre os verso
De ver beleza com toda simplicidade
de cada um que oferece
o seu eu sem a propriedade
de ser latifúndio ou coisa parecida
Mas roça sem cerca
que chega
vai, volta
se assim for desejo comum permitido
Arma acampamento
solidifica a base
Se arma de foice, facão, enxada:
ao plantio
Que há de chover
E ainda na fé
há de colher as frutas mais doces
E as flores mais cheirosas entre os cactos e espinhos
nesse ser (tão) catingueiro.