quarta-feira, 8 de maio de 2013

Um pouco de desperdício

Um papel pregado na parede com um aviso do dia anterior, talvez da semana anterior, não sei... Perdi-me nos dias não sei desde quando. As horas desconheço. Conheço os dias por uma fresta de luz que me invade por uma telha quebrada. A noite por essa ausência. O chão é frio, o ar é denso e está envolvido por uma fumaça uniforme que cheira a coisas passadas. Meu corpo se compadece do peso e da leveza que me prende ao chão. Meus movimentos são internos, no meu pensar, pulsar, existir. É no resgate do não vivido, do não-dito, do não escutado, do não expresso sentido, da ausência, do planejado, do não resolvido, do protelado, do interrompido... Minhas pálpebras forçam um movimento, o silêncio me consome.