segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Isso não é um desabafo

Hoje eu pensei em alguma coisa e de súbito veio uma vontade de me redimir, sei lá do que, ou de quem. Mas eu vi, percebi.
Mas era eu ali, travando um encontro comigo mesma, tentando me desvendar entre o é bonito e feio, o que é legal e importante, o que é aceitável ou engraçado, sem contrastes, no que ouvia assim falar, das vozes do mundo me inflamando de perguntas e de desafios, de promessas e de elogios. Fiquei me perguntando pra serve o elogio, e não vi nada. Vi coisa boa e coisa ruim. Vi que não sou esperta nem atenta, só curiosa, vejo, leio ouço por pura curiosidade, vontade de saber como é. De resto não ligo pra muita coisa. Não quero ser rica, nem ser famosa. Nem ligo ser feia ou bonita, hoje não. Hoje quero fumar sem me preocupar com pulmão, dente escuro ou o fedor do bode. Hoje quero olhar pra cara de todo mundo de forma uniforme sem expressar sentimento algum. Quero beber caminhões de cerveja e vinho com todos os alcoólatras sem me preocupar que dia é amanhã. Quero amanhecer jogado em uma calçada sem me preocupar que dia foi ontem. Quero amnésia constante. Não quero parecer atraente nem inteligente. Não quero jogar cartas nem dominó. Quero um instante único de inexistência. Fora de tudo que me é pedido de uma forma ou de outra. Fora de mim.