Batente de porta
Final de tarde
Começo de vento
Ponta de lua
Nem precisa de conversa
Quiria o mar,
Mas me contentei com a bacia
aos pés com água salgada
Quiria uma floresta,
mas o quintal de mainha é minha própria mata
Quiria um bando de coisas...
Mas o que tenho agora é tudo que preciso
Visto isso,
nada me falta
Hoje eu me estranhei
E nesse vago reconhecimento
Fiz espelhos em caminhos
Na ida só vi concreto
Na volta colhi flores
E me reconheci
O amor pôs-se assim:
Num lampejo de silêncio
Numa ausência de palavras que busca as exatas condoscências
Mas percebeu-se que a ausência acolhe, recolhe
conforta
A escuta diz mais que os manuais e experiências