quinta-feira, 16 de abril de 2020

Memória das águas (V)

a gente era feito criança
esbanjava tudo aquilo
que não pode ver d'água
do lamaceio que nos enlodou

E a sujeira demorou noite
pra ser lavada
Elucidou tempestade
mas desnudou em manhã de céu aberto

O caminho era de flores
as águas azuis esverdeadas,
ou verde azuladas,
mornas, mansas, macias

Tava tudo em paz
como sempre
A gente é que tava distraída
pra não perceber

Aos sons do mar
dançamos
rimos
esvaímos em bem querer

Irmãs água
aninhadas e nuas
alinhadas as luas
Emaranhadas


 (Litoral de Moreré, Janeiro de 2015. )

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